terça-feira, 25 de novembro de 2008

O JORNALISMO ONLINE BATEU NO TETO


Já avançamos muito e podemos entender melhor, sob o ponto de vista da evolução da atividade jornalística, aonde chegamos.


Neste final de 2008, chego a uma conclusão: os noticiosos web chegaram ao topo da montanha.

O que significa que, agora, a tarefa é olhar em volta e escolher um pico ainda mais alto para se alcançar. Como fazer isso? Difícil pergunta. Porque, além de ter fincado a bandeira no topo da montanha, o jornalismo online bateu no teto.
É pouco provável que tenhamos alcançado o topo do mundo. O estágio atual dos noticiosos online está mais para K2 - segunda posição, portanto - que Everest.
Mas, ao contrário do que vinha acontecendo de 2002 para cá - quando blogs, vídeos, podcasts, mobile news, distribuição de conteúdo via RSS e a participação do leitor mudaram a cara do jornalismo na web -, a poeira está baixando. Amadurecemos, e isso é bom.
Chegar ao topo significa poder olhar para o lado, ainda que por um instante, e estamos exatamente neste momento de reconhecimento. Para onde ir, afinal, se a convergência de mídias tão falada há dez anos agora é parte da realidade? E se o leitor hoje não só interfere, mas produz notícia, como criar novidades na relação com o público?
Ultimamente, nos estudos que desenvolvo, vejo um natural “correr atrás do rabo”. As tecnologias que conquistamos estão sendo retrabalhadas, lapidadas, divulgadas mais uma vez, mas tudo já se viu antes - um “antes” que remete a “agora há pouco”, mas ainda assim, antes. Todas as tecnologias foram assimiladas pelos leitores em um processo de transferência de conhecimento que entrará para a História.
Para enxergar o que vem por aí, então, a solução não está em olhar para frente, mas entender melhor, sob o ponto de vista da evolução da atividade jornalística, aonde chegamos.
Não é a primeira vez que uma nova mídia assimila recursos à disposição. Aconteceu com o rádio e com a televisão. Ambos aproveitaram ferramentas para incrementar ainda mais sua atividade-fim - a apuração e a produção de notícias. O rádio abraçou a cobertura em tempo real, a televisão criou novos horizontes para a imagem e as ferramentas escolhidas fizeram com que o Jornalismo desse um passo adiante.
Em suma: batemos no teto porque veículos e leitores já aprenderam a usar as novas ferramentas de hoje. O que surge em meio à poeira ainda é o bom e velho Jornalismo, e era assim que esperávamos que acontecesse. Ferramentas existem para serem usadas, nunca para receber mais destaque do que quem as utiliza.
Se a tecnologia não é mais destaque, o que virá agora?



25 de novembro de 2008, 12:26

terça-feira, 18 de novembro de 2008

AFINAL, O QUE É SEMIÓTICA?


Quando estudei Semiótica no curso de Comunicação Social, no início dos anos 80, lá na Universidade do Amazonas, apesar de compreender todo aquele emaranhado de conceitos, cheguei a conclusão que tudo não passava de uma disciplina puramente teórica sem nenhuma aplicação prática. Navegando no site “Usabilidoido” encontrei uma observação interessante. A Semiótica e seus conceitos, são bastante úteis quando vamos analisar interfaces. E lá também catei uma explicação sobre Semiótica muita boa. É bom se ligar pra não passar batido. Ouça a aula:

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

O QUE É PORTAL CORPORATIVO?



Quando o objetivo de uma empresa é estabelecer uma comunicação externa com qualquer pessoa interessada, ela usa internet. Para se comunicar internamente, recorre às chamadas intranets, redes que somente os funcionários podem acessar. Se a idéia é criar um canal direto com os parceiros comerciais, pode empregar uma extranet. Quando as três funções são reunidas em uma mesma estrutura, temos o portal corporativo. Sua melhor definição seria um sistema que possibilita desenvolver um ponto único de contato para todas as informações e serviços dentro de uma corporação, tanto para parceiros de negócios e clientes, como para os funcionários.

O que faz?
O portal corporativo é uma forma de fazer os diversos departamentos - ou diferentes empresas de um mesmo grupo - trocarem informações e trabalharem em conjunto. Trata-se, essencialmente, de uma ferramenta de colaboração, um recurso que facilita a gestão do conhecimento e ajuda a transmitir em tempo real, para toda a empresa, informações pertinentes. É uma solução que pode resolver o problema das companhias que deixam seus processos e departamentos "ilhados", sem conversar entre si, como se não fossem todos partes de uma mesma organização.
Quais os benefícios?
O funcionário não tem mais que correr atrás da informação, que passa a ficar facilmente acessível da rede. Os departamentos aumentam a colaboração e cresce a produtividade individual, pois diminui o tempo na busca de dados precisos. Conhecimentos são compartilhados em tempo real, sem intermediários ou burocracias.

Como funciona?
Um exemplo simples é pedir aprovação para uma viagem, ou até mesmo um projeto, diretamente no portal, ou seja, online. Além de ser mais rápido, isso traz a grande vantagem de que pode ser feito de qualquer lugar com uma conexão, não apenas de dentro da companhia. O funcionário que pede autorização pode estar na Europa, e o que aprova, no Japão.
Que tipo de empresas devem adotar?
Grandes empresas, nas quais há maior dificuldade de interação entre múltiplos departamentos, podem se beneficiar mais de um portal corporativo. Companhias muito pequenas geralmente têm menos problemas para trocar informações, já que os funcionários se conhecem e convivem no mesmo ambiente.

É caro?
Normalmente não é um gasto excessivo. Nos EUA os investimentos de portais corporativos para empresas de médio e grande porte ficam em torno de 1 milhão de dólares. No Brasil, é possível dazer projetos interessantes a partir de 200 mil reais. O tempo de implantação também é rápido e pode variar entre um e seis meses.
Pode dar errado?
Sim. Por ser um projeto que passa por vários departamentos, é preciso conscientizar a todos os funcionários sobre a importância da iniciativa e como tirar proveito das possibilidades que se abrem. Como o portal é um ambiente de colaboração, é necessário preparar todos para colocar e receber dados.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

EU TENHO UM SONHO:BARACH OBAMA

"Senhores e senhores, interromperemos por um momento o propósito do blog, para anunciar - em homenagem e em memória a Martin Luther King - um fato histórico: acaba de ser eleito o primeiro presidente negro da história dos Estados Unidos da América. Ele chama-se Barach Obama"

Martin Luther King
Hoje, dia 5 de novembro de 2008 é um dia histórico para a Humanidade. Foi eleito o primeiro presidente negro dos Estados Unidos – Barack Obama.
Hoje pode-se dizer que a principal parte do sonho de Martin Luther King foi realizado.
Martin Luther King Jr. foi o principal nome do movimento pelo fim da segregação racial nos EUA nas décadas de 1950 e 1960, sendo conhecido tanto por sua opção por uma luta pacífica em meio aos conturbados protestos no país, quanto por ser um dos mais brilhantes oradores do século XX.
Nasceu em Atlanta, na Geórgia, em 15 de janeiro de 1929. Foi o segundo filho — o primeiro homem — do pastor Martin Luther King, de quem herdou o nome, e Alberta Williams King, cujo pai também era um pastor protestante.
Martin Luther King se tornou conhecido nos EUA a partir de meados dos anos 1950. Como membro da Associação de Aprimoramento de Montgomery, ele foi o líder da campanha de boicote ao sistema de transporte público da cidade.Os brancos que entravam nos ônibus deveriam sentar-se nas primeiras fileiras e continuar a preencher os lugares do início para o fim. Os negros, faziam o inverso. Quando um branco entrava, toda uma fileira de negros deveria se levantar. Em 1ode dezembro de 1955, Rosa Park se recusou a deixar o lugar, e foi detida e multada. Quatro dias depois, os negros passaram a boicotar os ônibus, exigindo a revogação da lei. Dezenas de negros foram presos, inclusive King (a primeira de mais de 30 detenções que sofreu). O caso ganhou atenção nacional e, em 13 de novembro de 1956, a Suprema Corte decidiu que a lei local era inconstitucional. O boicote acabou, em 20 de dezembro.
Após a vitória, ele passou a liderar o movimento pelos direitos civis dos negros, baseado em desobediência civil não violenta. Em 63, comandou uma marcha em Washington, coroando-a com o discurso “Eu tenho um sonho”.Em 64, se tornou o mais jovem ganhador do Nobel da Paz
Em 4 de abril de 1968, King foi assassinado com um tiro.

Leia na integra o discurso "Eu Tenho um Sonho".

Assista o discurso: " I Have a Dream":


Barack Obama tinha 6 anos quando Martin Luther King foi assassinado em Memphis.
A vida de Barack Obama não foi nada convencional, desde o começo. Sua biografia - mãe branca, pai africano, infância no Havaí e na Indonésia, seu trabalho numa das comunidades mais pobres do país, os estudos e a carreira de docente em algumas das universidades mais prestigiadas dos EUA - é diferente da de qualquer outro candidato à presidência.
Se por um lado esta formação eclética impulsionou sua extraordinária ascensão, por outro, o nome estrangeiro e a raça tornaram sua candidatura algo de difícil aceitação em algumas partes dos EUA. A mãe, nascida no Kansas, o pai originário do Quênia, o encontro dos dois na Universidade do Havaí, seu casamento, o nascimento de Barack - o "abençoado", em árabe - no dia 4 de agosto de 1961. A infância exótica na Indonésia, pátria do pai adotivo; a convivência com a pobreza do Terceiro Mundo.
Entre várias experiências de convívio com a pobreza Barack Obama chegou a Universidade de Harvad onde se formou em Direito.
Enquanto Obama se preparava para deixar Harvard, recebeu várias propostas de emprego. Mas retornou a Chicago para seguir a carreira política.
No outono de 2004, com uma votação esmagadora, Obama obteve a cadeira de senador dos Estados Unidos. Quase imediatamente, começou-se a falar em sua candidatura para a presidência.
Nos 22 meses de sua campanha para a presidência, ele trilhou um caminho apertado, apresentando-se aos EUA como um rosto novo e como um candidato que não se enquadrava na política tradicional - mas com o conhecimento e o estofo necessários para chegar à Casa Branca. Durante toda a campanha, Obama falou de momentos de definição - depois de sua vitória inicial nos caucus de Iowa, e de meses difíceis, ganhou finalmente um número suficiente de delegados para conquistar a indicação democrata. Naquela noite de junho, ele começava a fazer história, pois daí, chegou a presidência dos Estados Unidos da América.
Martin Luther King afirmava no famoso discurso “Eu tenho um Sonho” em 28 de agosto de 1963: “E como nós caminhamos, nós temos que fazer a promessa que nós sempre marcharemos à frente. Nós não podemos retroceder. Há esses que estão perguntando para os devotos dos direitos civis, "Quando vocês estarão satisfeitos?"
Nós nunca estaremos satisfeitos enquanto o Negro for vítima dos horrores indizíveis da brutalidade policial. Nós nunca estaremos satisfeitos enquanto nossos corpos, pesados com a fadiga da viagem, não poderem ter hospedagem nos motéis das estradas e os hotéis das cidades. Nós não estaremos satisfeitos enquanto um Negro não puder votar no Mississipi e um Negro em Nova Iorque acreditar que ele não tem motivo para votar. Não, não, nós não estamos satisfeitos e nós não estaremos satisfeitos até que a justiça e a retidão rolem abaixo como águas de uma poderosa correnteza.”
Nós estamos agora satisfeito Martin Luther King. Um negro acaba de ser eleito presidente dos Estados Unidos. Um negro Martin Luther King, um negro chamado Barack Obama.

Barach Obama - Presidente dos Estados Unidos

Assista o discurso da vitória de Barach Obama:

Leia a íntegra do discurso ( traduzido para o português) da vitória: http://linksduzao.blogspot.com/2008/11/integra-discurso-vitria-barack-obama.html

terça-feira, 4 de novembro de 2008

POR QUANTO TEMPO O JORNAL SOBREVIVERIA SOMENTE NA INTERNET?

No último dia 31 de outubro, no Jornal da CBN, que tem por âncora o jornalista Heródoto Barbeiro, os jornalistas Carlos Heitor Cony e Xéxeu, que de segunda a sexta-feira debatem e opinam sobre um determinado tema ou fato, foi à baila a seguinte questão: Por quanto tempo o jornal sobreviveria somente na Internet?
Segundo o jornalista Xexéu, a circulação do jornal impresso está caindo no mundo todo assim como os anunciantes, ou seja, a publicidade. O que vem acontecendo é a convivência com os dois formatos até porque ninguém ainda conseguiu ganhar dinheiro com jornal na internet e que nos moldes de hoje não sobrevive somente o jornal virtual.
Cony disse que o jornal gráfico para ser feito é caro e vaticinou que até o final do século estará acabado. Isto mesmo, para o jornalista Carlos Heitor Cony o jornal impresso desaparecerá da face da terra até o final do século XXI. Ele pergunta: Qual a saída se a o jornal virtual não consegue pagar o custo via publicidade?
Ouça o áudio da CBN pois essa questão é de fundamental importância para os profissionais de comunicação na era virtual.

A TAL ALDEIA GLOBAL NOSSA DE CADA DIA

A teoria de McLuhan sobre a Aldeia Global descreveu o efeito da rádio nos anos 20, ao trazer até nós um contacto mais rápido e mais íntimo com os outros do que alguma vez acontecera antes. O termo Aldeia Global provavelmente deriva da obra de P. Wyndham Lewis, America and the Cosmic Mano, primeiro publicada em Inglaterra, em 1948, e no ano seguinte nos EUA. Nele Lewis escreve: "Os Estados Unidos são hoje uma designação errada. E dado que a soberania plural é - agora que o mundo se tornou uma grande aldeia global, com linhas de telefone estendidas de um extremo ao outro e o transporte aéreo é rápido e seguro -, de qualquer forma, um pouco burlesca, a pluralidade tem implícita em si que pouco poderia ser aproveitado como um bom exemplo para o resto do mundo, pois os Estados Unidos tornaram-se a União Americana."
A Aldeia Global de McLuhan contém a ideia de uma inocência arcadiana, do mesmo modo que a Fronteira Electrónica nos remete para a imagem da "verdadeira" América dada pelo "Marlboro Man", ameaçada ou arruinada por decrépitos vigaristas urbanos e pelos seus ideais socialistas. A realidade por detrás da metáfora da Auto-estrada da Informação não é a Aldeia Global, mas antes o Subúrbio Global.
McLuhan acreditava que, enquanto a imprensa nos destribalizou, os media electrónicos estão a retribalizar-nos. Que os media electrónicos estão a reconstituir uma tradição oral, pondo todos os nossos sentidos em jogo. O que nos afasta da visão linear e sequencial do paradigma da imprensa.
Em The Medium is the Massage, McLuhan afirma que vivemos numa Aldeia GLobal, um acontecimento simultâneo em que o tempo e o espaço desapareceram. Os media electrónicos envolvem-nos a todos. Aí, ele declara que os media electrónicos estão a pôr-nos de novo em contacto com as emoções tribais de que a imprensa nos tinha divorciado.

Não só se encontra aí uma nova visão multisensorial do mundo, mas agora também pessoas de qualquer parte deste podem comunicar como se vivessem numa aldeia. Rheingold fala mesmo na formação de verdadeiras comunidades virtuais, cuja constituição tem vindo a ser facilitada pela explosão da internet. Esta explosão leva-nos muito além de todas as expectativas, com a criação de sites inteligentes, que parecem reconhecer o utilizador na sua singularidade, com processos que nos permitem navegar a três dimensões, esforçando-se por transportar o real para dentro da virtualidade da Rede, abrindo novas perspectivas às áreas da educação, do entretenimento, da comunicação, contribuindo enfim para a criação da sociedade aberta.


Fotos: José Menezes

segunda-feira, 3 de novembro de 2008